As quatro variáveis da argumentação.
«Postulamos que a argumentação é simultaneamente raciocínio e relação. Trata-se ao mesmo tempo de obedecer às regras da "razão" através de um sólido procedimento lógico e de desenvolver "razões" adaptadas à especificidade das pessoas a quem o discurso se dirige.
Para responder a esta dupla exigência, temos de ter em conta as quatro variáveis essenciais a toda a situação de argumentação.
- o argumentador,
- o destinatário,
- a mensagem,
- o contexto (ou meio).
- Em relação ao argumentador, a questão-chave é: "Qual é a sua credibilidade?" É competente? É digno de confiança? Os gregos falavam neste sentido de ethos, ou seja, da virtude moral, qualidade fundamental do orador.
- Em relação ao destinatário, a questão-chave é: "Qual é o seu universo relacional e afectivo?" A retórica grega falava de pathos, termo que engloba o conjunto dos sentimentos e das emoções.
- O terceiro pólo da situação é a mensagem que vai ser transmitida, ou seja, a tese e, simultaneamente, as justificações sobre as quais ela está fundada. O termo grego que lhe corresponde é o logos que significa razão. A questão-chave sobre a mensagem é: "Qual é o rigor, a validade dos raciocínios e dos elementos que são produzidos?"
- Esta situação de argumentação, que representámos pelo triângulo argumentador-mensagem-destinatário, inscreve-se num meio particular, espacial, temporal, organizacional e/ou institucional».
R. & J. Simonet, L'Argumentation. Stratégie et tactiques.
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